Ter um negócio por conta própria. A Razão das razões …

13 de Janeiro de 2009

Ao longo de 17 anos a trabalhar por conta própria, isto é a trabalhar para garantir os meus próprios rendimentos, cometi muitos erros e algumas omissões. Alguns erros não foram  erros, antes fracassos. Rotundos e que originaram alguma desilusão. Em alguns seminários que tenho feito, foi-me sugerido criar um blog. A ideia seria disponibilizar experiências que pudessem ajudar outros a não cometer os erros que cometi. A princípio tive algumas reticências. Agora julgo ser a altura ideal para lançar este blog.

 

O nome  que encontrei para este blog é fiodanavalha. E porquê fiodanavalha ? Porque muito simplesmente ter um negócio por conta própria é estar no fio da navalha. Numa fronteira onde tudo é seguro, mas que de repente se pode tornar perigoso. Mortalmente perigoso    ( para o negócio está claro ) ! O que pretendo é transmitir a minha experiência aos outros. Sobretudo aqueles que não têm fortuna própria, e que muitas vezes têm de recorrer a outros para angariarem capital. Para aqueles, como eu, que não têm formação universitária ou qualquer outra formação que os capacitem convenientemente para todas as variáveis da gestão de uma iniciativa empresarial.

 

Nestes finais do ano de 2008, o Mundo viu-se confrontado com uma série de crises. Do petróleo, do subprime nos Estados Unidos, das Bolsas e da Banca. Assistimos incrédulos à injecção de capital por parte de diversos Governos à Banca, por forma a evitar a uma debacle da economia. Mais incrédulos ficamos quando verificamos que estes apoios são dados aos Bancos, quando estes, sobretudo em Portugal, apresentam lucros maiores quanto maiores são as crises que atravessamos. Porquê o apoio a estas entidades? Porque não deixar o mercado funcionar e deixar cair os Bancos como estes fazem a qualquer Empresa que não lhes pague os seus empréstimos? Estas são as perguntas que todos fazemos, mas quem tem a responsabilidade de responder não o faz, ou dão-nos respostas que não nos convencem.

 

Em Portugal assistimos aos escândalos do BPN, do enriquecimento fraudulento por parte de um seu antigo presidente, vemos a Bolsa a cair cerca de 70% num ano, e vemos também um Banco de investimento a ser salvo por um sindicato bancário. Vemos o nosso Governo a asfixiar as Empresas e trabalhadores e a premiar gestores que de competentes nada têm, antes um cartão de militante partidário que é hoje em dia melhor do que qualquer curriculum.

 

Assistimos impávidos e serenos ao desmoronar de alguns ideais tidos como certos. Verificamos que aquilo que hoje é correcto, já não o é amanhã. Sentados na nossa poltrona assistimos ao desfile de vaidades que nos são mostrados pela Comunicação Social. Daqueles que mentem descaradamente acerca dos seus méritos, quando afinal eles não representam tanto como isso.

 

Quando comparo o Portugal de hoje com o Portugal de 1981, ou seja quando eu tinha 20 anos, reparo que o País evoluiu nas estruturas. Temos melhores estradas e vias de comunicação. O País tem um desenvolvimento tecnológico incomensuravelmente melhor, mas para mim não tem o mais importante : a educação das pessoas e sobretudo dos nossos jovens.

 

A educação hoje em dia vive de estatísticas. Os Governos têm medo de afrontar os professores e não fazem as reformas que deviam fazer. Claro está que não é só na educação que isto acontece. A Justiça é outros dos problemas e o outro é a credibilização da política e dos políticos. Falta criar normas que imponham uma gestão séria dos recursos e a responsabilização dos gestores públicos.

 

Assim sendo o País não evoluiu. É escandaloso verificar que um Licenciado em Gestão, muitas vezes não tem o mínimo de conhecimentos para exercer um cargo de gestão, mas antes uma qualquer função não especializada. É escandaloso verificar que a grande maioria dos nossos licenciados não tem um mínimo de cultura geral, e pasme-se não sabem escrever Português.

 

Criou-se uma cultura em Portugal, da qual os nossos governantes são os principais culpados, onde tudo é possível com pouco trabalho. Que não vale a pena fazer bem, porque dá trabalho e não nos pagam mais por isso. De sermos coniventes com o status quo porque inovar pode causar problemas ao poder instituído. Anda tudo à volta do poder, e não convém enfrentá-lo.

 

Hoje em dia criar uma iniciativa empresarial é completamente diferente de há 20, 15, 10 anos atrás. O Mundo evoluiu, não sei se para melhor, mas hoje em dia as mentalidades são diferentes. Basta ver que quando comecei há 18 anos atrás, criar uma Empresa era mais moroso, e sobretudo mais caro. Hoje uma empresa pode-se criar em 24 horas. Mas hoje como antes, não é dada aos empresários ( não gosto muito do nome como mais tarde vou ter a oportunidade de explicar ) toda a informação decorrente da criação de uma Empresa. Quais os passos seguintes ? Quais as normas que devem obedecer a sua actividade ? Na grande maioria das vezes os empresários são autodidactas e só a sua motivação os leva a procurar as respostas que já deveriam estar disponíveis mal iniciassem a sua actividade.

 

Criar uma Empresa é um acto importante. O nome da Empresa hoje em dia tem de ser pensado ao pormenor porque existe algo que não existia antes : a Internet ! Quando se pensa num negócio o nome tem de ser webizável ( um palavrão que também não existia ), ou seja facilmente entendível em Portugal, mas também nos antípodas.

 

Mas o caro leitor pode perguntar-me : se isto tudo é assim tão mau porque é que devo pensar em criar uma iniciativa empresarial ?

 

Como em tudo na vida, há os prós e os contras. Se no passado as Empresas se criavam com um objectivo de gerar riqueza, criar emprego e sobretudo expandirem-se para mostrar vitalidade, hoje em dia muitas das iniciativas destinam-se a criar o seu próprio posto de trabalho. Os ideais de gerar riqueza mantêm-se mas a expansão para outros mercados já não é tão evidente. Criar emprego também não é assim tão importante porque as estruturas não se pretendem pesadas, antes flexíveis de forma a acompanhar a evolução das economias.

 

A decisão de criar o seu próprio negócio deve ser uma ideia convenientemente analisada. Participada com os seus familiares e amigos. Colocar nos pratos da balança as vantagens e desvantagens desta sua decisão. Só após toda esta análise deve avançar para o estudo doutras envolventes.

 

Convido o caro leitor a visitar este nosso blog, porque nele irá encontrar algumas informações que podem ser importantes no seu processo de decisão, ou no caso de ter iniciado a sua Empresa e negócio, ferramentas de apoio à evolução da sua actividade.

 

Por último dedico este post aos meus filhos e minha esposa, luz dos meus olhos e razões principais da minha vida.