Para além da componente informativa sobre a criação de empresas, e tudo o relacionado com esta temática, vou também debruçar-me sobre a política que os nossos (des) governantes aplicam no nosso dia-a-dia, e que muitas vezes contribuem para o sucesso ou insucesso das iniciativas empresarias.
Primeiro ponto : não tenho partido político. Sou como muitos dizem, completamente apolítico. Segundo ponto : sendo apolítico há uma coisa que muito menos sou – não sou socialista.
Analisando a evolução político-económica dos últimos 30 anos, afirmo sem qualquer ponta de dúvida que Mário Soares foi o pior primeiro ministro de toda a nossa história. É interessante verificar que esta pessoa tem uma Fundação com o seu nome, e que segundo parece até tem dotação directa do nosso orçamento de Estado. Porque será? O melhor primeiro ministro, e esta é a minha opinião, foi Cavaco Silva. Portugal até foi considerado um aluno brilhante da CEE e nessa altura até ultrapassou a Grécia e Irlanda. Hoje como se sabe estamos atrás da Grécia, muito atrás da Irlanda e quase todos os países que agora entraram nos ultrapassaram. Enfim, é triste dizê-lo mas esta é a realidade.
Por outro lado vivemos numa democracia, que de democrática tem pouco. Continua a haver meia dúzia de privilegiados, não há concorrência em sectores chaves ( comunicações, energia, abastecimento de água; etc ) e quem é pobre cada vez está mais pobre.
Dizia-se que Salazar era um tirano porque as pessoas não tinham liberdade, havia feudos económicos e porque as pessoas passavam fome. Por acaso hoje em dia não estamos na mesma? Há idosos que não ganham para os remédios. Se comem morrem da doença e se compram os medicamentos morrem de fome. A liberdade de expressão é um mito. Se dizemos o que pensamos arriscamos a ficar sem emprego. Há blogs como no SAPO em que as opiniões contra o governo são muitas vezes riscadas e não publicadas. A mim já me sucedeu isto.
Os nossos governantes vivem da demagogia. Muitos deles não têm formação nem competências para exercer a função para a qual estão empossados. O cartão de filiação partidária é tudo o que é necessário para exercerem essa função. Quando os cargos são distribuídos, são feitos de acordo com o lugar disponível e não com a competência. Faz-me confusão ver um advogado na saúde, um economista na educação e um historiador nas finanças. Mais confusão me faz ver pessoas que já passaram por vários Ministérios. Exemplo : António Costa. E quando não há cargos no governo, há uma qualquer Câmara Municipal à espera, ou um outro qualquer cargo público.
Outro aspecto menos positivo da nossa governação tem a ver com os cargos que a estas pessoas são atribuídos quando deixam o governo, sejam por serem corridos seja por apresentarem a sua demissão. Fernando Gomes e Armando Vara são sinónimos de incompetência, mas admiração das admirações têm sempre grandes cargos à sua espera.
Os mais competentes, normalmente não seguem a vida pública. O que ganham no privado ultrapassa em muito aquilo que podem ganhar na governação. Assim sendo levamos com os menos capazes, não só no Governo mas na gestão de empresas públicas. Estes até ganham bem demais para aquilo que fazem e produzem, e no caso de serem despedidos por incompetência até são premiados com outro cargo noutro sítio qualquer, mas sempre com os bolsos cheios de uma indemnização que não devia ser paga, E aqui pergunta-se? Quando é que estas pessoas são responsáveis pelo pagamento de coimas e indemnizações pela gestão (?) que fizeram nos cargos que o Estado lhe entregou.
Outro mito tem a ver com a qualificação das pessoas. E aqui trago o exemplo de António Borges. Não coloco em causa as suas aptidões profissionais e académicas. O que ponho em causa é a forma como os seus méritos são proclamados, quando aquilo que fazem não tem a importância que nos querem fazer crer. António Borges foi colocado nos píncaros da lua, porque diziam os nossos escribas da comunicação social, o senhor era Vice-Presidente da Goldmans Sachs.
Nos países anglo-saxónicos, nomeadamente nos Estados Unidos, a função de vice-presidente nada tem a ver com a mesma função em Portugal. Por cá o vice-presidente é aquele que substitui o Presidente, e normalmente é o número dois da organização. Nos países anglo-saxónicos ser Vice-Presidente, sendo um cargo com alguma importância, é ter a seu cargo um determinado departamento como por exemplo recursos humanos, vendas, etc, ou mesmo a gestão de um determinado produto. Só há bem pouco tempo é que esta questão foi esclarecida pela Comunicação Social, mas durante alguns anos as pessoas não foram informadas, antes desinformadas.
José Sócrates quando entrou para o Governo teve o mérito de impor metas e não governar para sondagens. A maioria absoluta dava-lhe algum conforto. Foi-nos informado que teríamos de fazer sacrifícios ( mais uma vez ), e que estes nos permitiriam encarar o futuro com mais tranquilidade. As contas públicas teriam de ser colocadas na ordem, dizia ele. Concordo com esta ideia.
O que aconteceu posteriormente foi mau demais para ser verdade. O Governo mostrou ser arrogante, protegeu os poderosos, afrontou os micro, pequenos e médios empresários e começou a governar para as sondagens. É incrível vivermos num País que continua a pagar pensões de miséria, e onde os idosos e as crianças não têm acesso por exemplo a um dentista, a não ser, claro está, que tenham dinheiro para pagar uma consulta. A nível da saúde aposta-se pouco ou nada na prevenção. Os Centros de Saúde são geridos para dar lucro. E a demagogia política chega ao ponto de se pagar abortos. Nada tenho contra o facto de as mulheres abortarem. Estão no seu direito. O que não concordo é que seja eu a pagar.
Paralelamente o Estado paga Rendimento mínimo de inserção a pessoas novas, capazes de trabalhar. A etnia cigana continua a usufruir destes benefícios e aposto que nem 1% desta etnia paga impostos. Tudo porque estas pessoas garantem votos!
Há 6 meses o Ministro da Economia, o Sr. Pinho, dizia que a crise tinha ido embora. O Ministro das Finanças, o Sr. Teixeira, comungado pelo seu chefe Sr. Sócrates, vinham dizer que Portugal estava imune à crise! As previsões de algumas instituições Europeias diziam isso, e estes senhores todos ufanos diziam que o mérito era dos Portugueses. Tínhamos feito bem o trabalho de casa. As nossas contas públicas estavam controladas, blá, blá blá… A oposição era arrasada, sobretudo o PSD, porque no tempo deles as contas públicas estavam descontroladas. Que eram uns incompetentes. Por acaso não estamos na mesma?
Em Setembro deste ano algumas previsões começaram a dizer que o nosso País, o tal que segundo o Economist tem o pior Ministro das Finanças dos 27 ( sim leram bem, o pior ! ), ia entrar em recessão e que o nosso défice ia aumentar.
O sr. Teixeira veio logo a correr a dizer que a culpa era da crise internacional. Então em Agosto estávamos imunes e agora não! Ontem ( dia 18 Janeiro 2009 ) vemos que afinal o nosso défice em 2009 deverá ser de 4,9% (!!!), o crescimento vai regredir em quase 2% e estes senhores ainda têm a lata de culpar a crise, quando um diz que esta já tinha ido embora e o outro dizia que estávamos imunes! Que credibilidade tem esta gente? O mesmo estudo afirmava que a taxa de desemprego devia chegar aos 10% !!! Se considerarmos que a nossa população activa é de cerca de 6 milhões de pessoas, significa 600.000 pessoas sem emprego. E se considerarmos uma média de 2 pessoas por agregado familiar significa cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas que vão passar dificuldades. São mais de 10% do total de população!!! Incrível.
Se está a pensar criar o seu negócio tenha isto em atenção. Vivemos num País em que os nossos Governantes não são bons gestores, antes malabaristas. A promoção da actividade empresarial por parte do governo, tem como primeira ideia base o pagamento de impostos. Não se esqueçam que têm de pagar impostos adiantados, sobre supostos lucros que irão ter. Alimentam também a segurança social ( e ainda bem ) mas também alimentam o Rendimento Mínimo ( ainda mal ). O governo não os vai apoiar em nada, e mais depressa apoia uma multinacional que cria, é verdade, no imediato postos de trabalho, mas que recebe em troca benesses que vão da isenção de impostos à construção total das unidades produtivas. Quando lhes der jeito vão embora, e o Estado fica a arder, porque mesmo tendo contratos assinados que pedem a reversão dos montantes atribuídos, o Estado não os cobra, com medo da multinacional não voltar a investir no País.
Vivemos num Estado e num regime ( não só em Portugal mas quase em todo o lado ) que de democrático nada tem. As disparidades sociais dispararam para níveis nunca dantes julgados possíveis. Se nada for feito, no médio e longo prazo pode ter consequência sociais imprevisíveis .
Já dizia o ditado … “ casa onde não há pão, todos ralham e têm razão.”